quarta-feira, 15 de julho de 2009

Idiotas Irrefletidos: solução ou problemática?

“Depois de pensar profunda e longamente a gente chega, afinal, a uma conclusão definitiva sobre o que fazer. Mas aí já é tarde: os idiotas irrefletidos, que não pararam para pensar em nada, já tomaram todos os postos.”

Millôr Fernandes


Engraçado como a vida é. Pensava que era legal e divertida, mas nem sempre ela é assim. O erro é pensar. Se queremos sobreviver, não podemos pensar.
O futuro é uma caixa de surpresas nem sempre agradável. Seja qual for o caminho que percorrer, ele terá as mais desgastantes intempéries esperando por você. (E não tem jeito não...)
O 'barato' da vida não parece ser mais a felicidade, aproxima-se da sobrevivência.
Ando pelas ruas e o que vejo são pessoas lutando para conseguirem sobreviver com o que têm e com o que se tornaram. Muitas não suportam a realidade e enlouquecem. Outras vivem solitárias sem destino. E ainda há os que lutam pelo pão de cada dia, enfrentando tudo com muita coragem e bravura. Estes ainda acreditam em dias melhores. Eu me pergunto até quando continuarão com esse ânimo e esperança. (Situação difícil!)
A vida humana, por vezes, machuca, desanima, sufoca.
Lembro-me de uma frase dita por um de meus professores: “As pessoas mais felizes são as mais alienadas.”. Pura verdade! Elas não pensam, não veem, não ouvem, não falam. Vivem no mundinho limitado criado pela ignorância, mas que não as compromete com a realidade coletiva. Não se arriscam, então a probabilidade de um machucão despenca. (Mas as chances de mudança tornam-se zero! E isso não é bom... Ociosidade e mesmice deprimem!)
Sei não... Ser dessa forma será a solução ou uma problemática?! Sei naum. Só me pergunto quem serão esses idiotas irrefletidos de Millôr que tomaram todos os postos...


segunda-feira, 6 de julho de 2009

O que cria a felicidade?

Quero escrever sobre algo que não sei o que é. Uma coisa que seja divertida. Que faça as pessoas sorrirem espontânea e sinceramente; que busque no fundo da alma delas o mais puro e nobre sentimento. Um assunto que relaxe; que por um momento se esqueçam da consciência, das dores, das tristezas, dos problemas.. de tudo de ruim; que as torne mais felizes.
Mas o que seria?
Só me vem uma coisa à cabeça: a amizade. E com ela a lembrança de um texto que sintetiza a melhor concepção de amizade que eu já li até hoje. Ei-lo:


Amigos
Vinicius de Moraes (1913-1980)

“Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências… A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer…
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.”

O bem mais precioso que temos são os sinceros amigos. E estes são muito raros. Por isso, quando encontrarem um e reconhecerem-no como tal, ergam mundos e fundos para conservá-lo e ajudá-lo em tudo. Se ele realmente for seu amigo, saberá reconhecer o carinho e preocupação. Caso contrário, vocês se tornarão muito mais humanos e ele mais vazio, pois não terá suas companhia e admiração.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Difícil ser Humano nessa Terra!!

Indiferença. Creio que essa é a palavra que insiste em me rondar e que hoje grita aos meus ouvidos. É muito fácil pensar só em si ao resolver os problemas e não se preocupar com o fato de que outras pessoas estão passando pelas mesmas dificuldades ou até piores. Sei que não podemos resolver tudo, muito menos ajudar a todos. No entanto, considero obrigação humana oferecer consideração e apoio para as pessoas em nosso convívio. Se posso ajudar, por que não fazê-lo? Tenho espírito de União e Humanidade.
E quando não se cumpre o prometido? Absurdo, mas não são poucos os casos em que o prevalecido é o interesse da maioria, não importando o acordado entre as partes. Por isso, formalize todos os contratos dos quais participar porque terá como provar e fazer cumprir o trato. Só assim não serão indiferentes às suas necessidades.
Hoje em dia, o que conta é sossego e dinheiro no bolso de cada um. Não se considera mais a coletividade. Fico me perguntando aonde chegarão os seres ditos humanos. Tanta frieza, tanta hipocrisia, tanto descaso... É como ouvi certa vez em uma música no rádio: “é tão difícil ser Humano nessa Terra”.