sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas

E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho - Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem - Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços".
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor. . . eu creio que ela me cativou ...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra ...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom ! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo ...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos, Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto ...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração ... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa, É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias !
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse ...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo. E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry
Enviado por Jeyson Lucena

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Grande Desafio Humano

Uma das maiores armadilhas em que o ser humano pode cair é a criação de laços. Isso o limita, enfraquece-o. Talvez seja por isso que o relacionamento entre as pessoas exista: para limitar as ações humanas. Quando você cria um laço com alguém, fica tão apegado a essa pessoa, que é difícil de imaginar seu coditiano sem ela.
No entanto, o afastamento é fatal. Um dia ou outro ele irá acontecer. Mais cedo ou mais tarde, os acontecimentos se encarregarão de o afastar das pessoas amigas e até de familiares. Como você é humano, criou laços afetivos com elas. Como você é humano, seu mundo irá meio que tremer, podendo até desabar em algumas partes.
Resta, agora, procurar compreender o quebra-cabeça em que sua vida se tornou; juntar as novas peças e tentar montar uma imagem razoável. Porém, descobrir uma nova imagem com os 'caquinhos' não é nada fácil. As lembranças dos antigos laços ficam a rondar a mente. No íntimo, você quer desesperadamente voltar ao passado e lá congelar o tempo. A morte não seria legal, porque implicaria em fazer sofrer quem ainda o ama apesar dos cacos ao seu redor.
Você fica, então, na angústia entre um passado que já não existe, um presente caótico e um futuro inimaginável.
Quando olha a sua volta e tenta buscar algo seguro, algo concreto que o apoie, só encontra uma certeza: apesar dos laços construídos (e alguns desfeitos), você é o único ser com quem poderá contar sempre, independente de espaço, tempo e caos. Assim, você começa a criar um pensamento narcisista; começa a criar um sentimento único por você; descobre que é único e incrivelmente o melhor ser da face da Terra; compreende que pode chegar aonde jamais imaginou. No entanto, o poder não é tudo. Você ainda é humano. Apesar de somente poder contar com você, há pessoas que necessitam de sua presença. Os laços afetivos o envolvem novamente.
E aí está o grande desafio humano: tentar conciliar seu 'eu' aos laços afetivos que o cercam.


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Como recuperar Grub


MODEM 3G VIVO ZTE MF626: esse foi o motivo pelo qual tive que formatar meu Windows Vista. Tentei desinstalá-lo (modem) e no final nem desinstalava nem funcionava. Remédio: formatação.

Após formatar, pensei que tinha perdido tudo o que tinha no Ubuntu; todas as partições que uma pessoa muito especial tinha feito para mim. Fiquei muito triste. Mas aí, um amigo meu disse que tudo ainda estava lá, que só era recuperar o Grub. Fui pesquisar..

O Grub é uma espécie de 'Menu' dos Sistemas Operacionas instalados na máquina. Com ele, você pode optar pelo Sistema que quer utilizar no momento.
Quando formatamos e reinstalamos o Windows, o Grub tende a 'sumir'.

Aparentemente, parece-nos que há somente um Sistema, mas não é bem isso. A verdade, muitas vezes, está além das aparências. É preciso ir atrás do Grub e fazê-lo reaparecer.

Eis os passos que segui:
1.Peguei o Live CD da versão do Ubuntu que estava instalada no meu PC e dei o boot por ele (caso a versão instalada seja diferente, não sei se funciona).

2.Abri o terminal e digitei: (Ao final desses comandos, irá ter uma localização que usará no próximo passo.)

sudo grub
find /boot/grub/stage1

3.Baseado na resposta aos comandos anteriores (hd0,4), digitei o próximo:

root (hd0,4)

4.Dei os últimos dois comandos para instalar o Grub e sair:

setup (hd0)
quit

Logo após, só foi reiniciar o computador que o Grub reapareceu e eu pude entrar no meu Ubuntu novamente. Ele estava são e salvo :)


Fonte de pesquisa: http://ubuntued.info/2008/07/como-recuperar-o-grub.html

Brincando com Linux


Quem me conhece sabe que na verdade, desde que o conheci há 2 anos, gosto muito de Linux e ando 'brincando' um pouco com o meu Ubuntu. Estou fazendo algumas alterações bem basiconas de uma iniciante fuçadora.

Resolvi criar no blog um espaço para os resultados das minhas pesquisas. Assim, quando nós precisarmos novamente desses conhecimentos, estará mais fácil de os encontrarmos. São coisas simples, bem bestas, mas das quais não quero esquecer. O blog é uma maneira de 'guardar' os atalhos encontrados.

Desculpem-me os adiantados no assunto, mas para se começar aprender algo é necessário ser da base, das coisas bem óbvias para os nerds e bem monstruosas para os iniciantes.

Até hoje usei apenas duas distribuições: Open Suse e Ubuntu. O primeiro com o ambiente gráfico do KDE e o segundo com o GNOME. Talvez minha personalidade tenha colaborado (gosto de aprender coisas diferentes), mas me adaptei muito bem aos dois. No entanto, sinto-me mais a vontade no Ubuntu: não sei se é por causa do GNOME. Recentemente fiquei sabendo que posso usar o KDE no Ubuntu. No futuro, pretendo instalá-lo no Ubuntu do MU (meu note). Quando isso acontecer, falarei a vocês o que achei.

Bem... Esse será o contexto de minhas pesquisas: Ubuntu 8.04 com ambiente gráfico GNOME.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Duas Almas não se encontram por acaso

"Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito,
mas não há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida,
e a prova de que duas almas
não se encontram ao acaso. "

(Antoine de Saint-Exupéry)

Enviado por Jeyson Lucena.
Obrigada, amigo.